quarta-feira, 22 de outubro de 2008

A Morte da Menina

a morte sem nexo
chama atenção
desponta a fama
do mais ilustre ladrão

as pessoas
fingem que valeu a pena
tanta agonia e toda a espera
todo este drama
e depois, sopa e cama.

observe e chore
pelos longos cabelos
ontem mesmo sedosos
causa pena sua sorte

se ao menos a sua morte
acalmasse essa horda
por ora ainda lhe invejo
morrer tão fina
escapar da rotina

o capricho perigoso
traiçoeiro
escondido sob fantasia
de criança

dormíamos inquietos
porque afinal, sucedeu-se trágico
o desfecho único
transformou-se em romance!

e este jovem sandeu
como muitos outros por aí (que conheço)
disposto a fazer tudo
em nome de Deus e do Mundo
segurem este demônio
é Maldito, fujam!

ares de vítima
atormentada
sua sanidade não me interessa

é aterradora
a dúvida que me resta.

.

E todos voltam as faces
Em sua efígie
erigida na ala mais nobre
da necrópole
inscrições e epitáfios
cada quais mais pífios
os pais que amam seus filhos
não sucumbem a caprichos

o homem clama por justiça
reza-se a missa
por baixo dos panos

quarta-feira, 15 de outubro de 2008

Quatro Poemas de Amor

Amorbjeto

No quesito beijo
Sua mão treme louca
Feito pudim de leite moça

Exultante
Descubro que você
Pertence aos seus pertences


Amorróidas

Com respeito ao título fascino
A rigidez de seus côncavos

Nosso amor sempre foi
Um pouco apimentado
Talvez demais...


Amor sem Fim

Amor, Eu, amante
Amei-te sempre o quanto quis
Amei-te eternamente
Amei debaixo do teu nariz

Amargor

Amor sempre ao seu dispor
Amar um pouco de valor
Amar, cuidado com o Amor
Amaro pode ser amar.

sábado, 11 de outubro de 2008

hallucinogenas

Hallucinogenas


Posso ver em seu olhar
O monstro que machuca gente
Sem um momento de paz
Confusão e indecisão
Pobre valentão
Sem dó, exigente.

Mãe amada

Recomeçou
Repetirei mais uma vez
Seu mundo – meu mundo
O suplício da indecisão
Decisão atroz, incompetente
Incompletude inadimplente
Estado de desânimo
Uma loteria, uma lástima
Esta espada, o amargor.

Não guardo remorso

Posso enxergar e não posso ler
Posso andar e não posso mover-me
Afundado na cama, os escombros
O grito da alma mutilada
Ecoa na folha de poesias

Pelo que eu fiz

Visito o exílio
Simpático, esboça riso.

Já é mais do que tarde

Ventos do exílio
Curvam-se, polêmicos
Dobram palmeiras, araucárias
Ingazeiros, Flamboyants e Ipês
Verde à mercê

Para voltar atrás

À força engastado
Em campos belicosos
Carniças ardem com o fogo
Que a ira ateou
Os ventos do exílio levam
Devagarzinho

O Sombrio Lamento
Que seja capaz de semear a tristeza
Que congela a vingança
A que horas virá?
Sempre esperei por ela
Quando todos que encontrei
Esqueci de quem devia lembrar
E procurar, o que mais?
Faltam os remédios!
...eles me divertem...
Liquidam as sensações.

Eles vão

Nada restou, apenas uma história sem mãe
E a dor desta noite punge
Dizendo maliciosa:
“Tome um banho de sangue”
E a vingança charmosa
Chamusca o peito do jovem refinado
Fumegando a dor do exílio
De suas próprias lembranças
Eu esquecerei de quem procuro
Mamãe por favor, me ajude
Não a verei mais

Um por um

Tenho pouco tempo
Antes de dormir a ilusão dos séculos
Onde corpos jazem em receptáculos minúsculos

Comida dos cães

Bebi seu sangue, comi seu corpo!
E minhas lágrimas ainda não secaram!
Embrulharam-me o estômago.

Seus olhos

Quando
As outras víboras lhe levarem
Cave seu túmulo
Já não intercederei mais

Seus pálidos olhos frios

Despojado do próprio rosto
Por sua vontade cometi seus melhores erros
Todos que encontro ouviram seus lamentos
Através do vento do exílio
Ignorando as lembranças do passado amargo
Arrancaram-me da pele pesada chaga

Todas as crianças

Vomitei seu vômito e ingeri sua bílis
Mas ainda esqueço o teu nome
Nome de salvador
Recordar-me de sua face, nem nos sonhos

Por sua glória

Cuidado com sua própria virtude
Tombam as máscaras, deitam por terra os medos
Mas o calafrio ainda persiste no lamento
Aquele vento vivo,
Que dobra as árvores

Devagar marcham

Em fuga desconhecido
Descontrolado
Mordi seu braço
Andei sozinho
Tentando ao máximo não esquecer
De quem eu era

Para a morte

Quem, por estas chamas
Por capricho do precipício
Puxou-me do salto
De planar rasante

Todas as suas crianças

Preferi não consolar a morte
Mas estão me privando
Da consciência
As complicações e falta de sossego
Dores de cabeça
...minhas amigas

Perderam-se

Faltam remédios
--- esqueci de seu rosto mais uma vez
Olhe por onde anda

O grito da alma ensandecida
Rasgou a goela do tempo
Faz pingar o escarlate
Do passado
Calcinado

Pois vai perder-se também

As pessoas apavoram, e olham
E não estão mais aqui
Mas sinta! Os gritos ainda ecoam
É melhor aproveitar
E concordar a sofrer as conseqüências
Faltam remédios, sim, faltam remédios
E o suplício ainda não decide a angústia
À primeira vista pode faltar amor

e os grilhões invocam a dor

Faltam remédios, e eu suplico ao grito
Levante meu vento!

Não há mais

Fingir problemas que não comigo
Nadar no rio onde desovam peixes triviais
Camões entulha-me de superficiais
Vil contratempo
É Contra o vento

tempo

Choca meu lamento
Através dos tempos
Chega ao destino
E desafina

Não há mais

Se há uma coisa que não admito
É desarmonia

tempo

Espatifa-se – tiraram-me a voz
Sobrou o murmúrio das árvores
Que dobraram o vento

Vejo coisas

Estou no comando
Segurando
Todas as cordas
Dos movimentos das marionetes
Dos perdedores
Em suas mãos de assassino
Que não se cansa de prejulgar
E cometer sacrifícios ousados
Porque o grito que alerta a alma Que já perdeu tudo
Ainda te causa dor

demais

Mas não fique preocupado, apenas deixe-me daqui sair
Ouve este sussurro? Para além do verde distante e pálido
Merece um outro olhar
Eu digo – isso é bloqueio
Uma perversidade
Deles, que estão por toda a parte
Vigiando os sentimentos e rendendo toda gente

Vejo coisas

Exilaram meus movimentos
Momentos partiram-se em pedaços
Cansado, dormi em seus braços.

Demais.

quinta-feira, 7 de agosto de 2008

poema sobre a experiência

encontra-se claro sob a névoa
o amado leito de morte
decorado com algodão-doce
e atroz bílis, o açoite;
estende seus lençóis, garras
ágeis e senis

Na face, de lado a outro
risca altivo, um esgar
brota mais sorrisos frios
tão distantes deste débil
vestindo trapos de Brasil.

estudos poeticos 3

3 haicais livres.




Decreto

força de sol maior
desce a corda até fá
mas esquece mi

Morte

Espero que seja
rápido e indolor
o disparo

Derreto

Olho para a névoa
de linho branco
derreto n'água

quinta-feira, 31 de julho de 2008

Estudos Poéticos n. 2

três haicaizinhos tradicionais, 7,5,7

espero que gostem :)

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Adágio

Dor. Por ela, o violão chora.
e seu braço deita
Lenta e dolorosamente

Vertigem

a visão tornou-se turva
no alto penhasco
rio de Adalberto, e morro.

Canora

O cantador no peitoril
Dita arpejos, preso:
Liberdade, que já voou.

---------

Haicais Livres

353
Desceu bruma
solidão oculta
frio de Alma.

sexta-feira, 18 de julho de 2008

narcolepsia

a player made up of energing
the secrets in drossing

a very fabled coggipresence
overblehlmed and nobody
crowded a neverword

drowning in the secrets
the battle borale
onto our flushy wundess
automaton from the dey
shepherd syphoons

hes ouning flicker wispersion
and recyclecent hands lands
a depth pertuned with a gizzy locust
nightsy, clumsy, all nightwand.


eu tava quase dormindo. isso é o que o meu semi-inconsciente estava escrevendo.
juro.

terça-feira, 15 de julho de 2008

Estudos Poéticos

Ouça

É tão doce

Que o vento soprou

É assim que sei

O som


Sabe

A saudade me seca

Suspiro e silêncio


Ouça

Esta solidão

Será serenata?

É só sensação...



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Música para ser ouvida:

Revèrie - Claude Debussy


Enjoy!




segunda-feira, 14 de julho de 2008

Ilustração de berros

Um berro sorriso
fecha as pálpebras
do menino que canta seu nome
com um grito

tão ardido
meu ouvido faz nó

Sonho

Sonho
A perfeita música
a nota mais branda
desliza no som

Sonho bom
é aquele sonhado
num dormido gostoso
além das cobertas
a revirar

ainda não é hora de acordar


---

domingo, 13 de julho de 2008

O Templo de Pedra

dentro do círculo de pedra
o sábio
cria astuto enigma
é ilusão má
Ecoa o tempo e as tênebras
e roda
força os eixos e pára.

mental

Paranormal, é mistério
e solução
Uma mística reclusão
um labirinto
As asas presas a correntes
nem cera
Restitui a liberdade

ainda falta

metade do quebra-cabeças

A floresta

há silêncio
nas folhas que ouvem

paz e beleza
no escuro residem

há medo
a quietude diz

fascina. reflete.

quarta-feira, 9 de julho de 2008

Somente em Sonhos

Nos meus sonhos, eu vi
mancharam as flores do meu jardim
O tesão perdeu-se entre os canteiros
árvores e arbustos devastados

eu vi
equilibrado sobre um vale
uma pequena meseta frágil
tenho medo de cair para cá
ou para lá

agarro-me nas porções de terra
onde estava a pessoa que procurava?
não enxerguei-lhe o rosto
não lembro quem é

Aqueles versos

Além do sexto escândalo
Sorrindo tudo azul
Há um colar de bonecas
Rodeando duas canecas
Você quer mais o quê? Um bidet?

Um beijo gorgolejante,
Panquecas e CD's?

Construir um palácio despidos em um tanque
E depois nos afogarmos
Para o bem do bebê

Amanhã já foi descoberto
Porque nunca saberá o que é pena
De reunir tantos versos
Para um quadro azul

Deram-me um corpo
mas é de papel
Naufragam, os barcos
Tombam lânguidos no tonel

(ah!)

Louco com uma águia
Pena de bordel
Machucam toda noite, olho para o teto
lambuzo o céu

Peço-lhe que remende
Aqueles traços infantis
É tão decadência
Vejo:
Cabeças em alfinetes.

E a platéia aguarda-me com um atraso
E mais uma vez
Deslumbro decotes com simpatia
Todo mundo consulta seu relógio
é a parte em que me ligam
esperançosamente à pieguice

Oh, falta-me um inconsciente de uso
Falta-me um consciente humano
Falta-me uma dúvida munida
De pontuações descabidas
Falta-me luz e sombra, ser cruz e tumba
Falta-me uma graça perversa, à sombra dos fracos
Falta-me perversidade graciosa, prepúcio e bunda.

sexta-feira, 4 de julho de 2008

Sucélia

Estava difícil encontrar um nome que me satisfizesse. Por fim, acabei decidindo-me por Sucélia, uma linda variante das aglutinações de Sumara e Deorcélia. Costumeiramente, as pessoas haviam sugerido muitos outros nomes, como Cleidinha, Valquíria, Dorotéia. Mas, como uma boa porção dos brasileiros, eu sucumbi à forte atração que Sucélia exercia.
Sucélia inha um namorado. Um cara não muito gordo, nem muito alto. Este rapaz chamava-se Eudete, e era muito afeiçoado à mulher. Ou pensava que era. Eudete era dono de um ciúme colossal em relação à Sucélia. Muito provavelmente pelo temor que sentia se Sussú descobrisse seus regulares encontros amorosos com Amália.
Meus conceitos sobre Amália caíram drasticamente desde que a vi agarrada com o Sr. Eudete, na última segunda feira, entre beijos e mordiscos. Era certo que Amália era uma médica (ou seria enfermeira?) de sucesso. As pessoas novamente perguntavam-me se não seria melhor uma Amália Terapeuta Ocupacional introvertida ou inveterada na bebida. Eu considerei seriamente estas opções, embora ainda não tenha me decidido a respeito de Amália. Gostaria que Amália fosse uma enfermeira. Ela seria um pouco rechonchuda, dotada de um sorriso cativante. Suas curvas seriam salientes - muito atrativa. Concebendo Amália como médica, eu viria a contar-lhes casos de amor de uma mulher magra e alta, com cabelos até os ombros. Sisuda e amargurada, pintava os cabelos toda semana para esconder a velhice iminente.
Amália, a médica (ou enfermeira), fagocitava com prazer seu amante, o namorado de Sucélia. A idéia de ser uma amante excitava muito a enfermeira (ou seria a médica?). Amália gostaria muito de conhecer Sucélia. Eudete não achava a idéia interessante. Seria melhor viajarem em um cruzeiro marítimo rumo às Malvinas. Mas Eudete, mesmo no ato rotineiro da traição, surpreendia a si mesmo pensando com carinho na amável Sucélia, que possivelmente estaria cantarolando um hit de sucesso. Assistia a novela das oito e preparava pães de queijo para vender na cantina da escola (ou traduzia um complicado texto em Grego para o Inglês ao som de Enya?).

Frases do fim do começo do dia.

A Internet é censurada aos turistas. A literatura é pouca.
Estavam eu e meus vinte anos. Cansados e com as pálpebras piscando involuntariamente - cabeça doendo - crianças gritando nas têmporas. Qualquer frustraçãozinha era motivo de quebrar copos, rasgar livros, entortar os óculos e cheirar meias sujas de ontem. Eu procurava soluções dúbias para uma produção procrastinada há muito tempo. Contemplava com o olhar desfocado o quarto imenso, mergulhado em um prato cheio de cores e possibilidades. Várias são plangentes a ponto de desviar-me da minha tarefa principal - aquela tela quadrada, cujas letrinhas pareciam me desafiar a cada momento que eu desafiava a continuar acordado. Eu versus o relógio. Ora, eu já havia gritado antes muitas vezes com Deus, pedindo para que esticasse só um pouquinho a duração dos dias... mas antes que eu novamente me distraia a ponto de perder uma frase genial para este texto, é importante mencionar que a Internet era safada e maliciosa. O Youtube te tragava para uma vastidão surreal de possibildades. A Wikipédia era uma biblioteca indócil, consumidora maldosa de horas. Ah, como eu gostaria de funcionar 24 horas em total lucidez, sem pausa para sono. Eu queria dormir. Maldito botão editar!

terça-feira, 17 de junho de 2008

Roda Cutia

nem todo dia decora-se a arenga
austera verborragia de poeta molenga

pois bem, entoarei cantoria indígena
ao meio-dia, nesta ermida
prosa alquebrada, toda malfeita
atroz frenesi com iguaria suspeita

imagens de arcanjos desconexos
promovem bacanais nesta capela prístina
e os ébrios comandam o ritmo
dançam e giram em um só pé
com selvageria de um só pã

anjos e demônios sibilam nas pautas
que transcrevem valsas homéricas
e a siringe causa flutuar
toda a súcia que parasita as épocas

eis que chega aquela freira cética
toda faceira em moda de buda
todos os mantras da ayurvédica
ela tira no saltério, delírio da platéia

eis que chega Grandão-Mor, convidado de luxo
é sapiente, vossa onisciência máxima
não resiste à música, e entra na dança
e toma a mão da freira, ao amor se lança

aquele ateu vizinho, mal humorado
convida a polícia fazer parte da festa
eles expulsos da Igrejinha; acabou-se a dança
desligou-se a música, apagaram-se as luzes.

Alguma coisa me diz

sinto-me mal,
angustiado
deprimido; para baixo.

pois vejo-me num espelho
vejo-me fedelho
aterrorizado pela imagem esquálida
de minha sórdida contraparte

vejo meu espelho oscilando o olhar
não suporto vê-lo encarar

agito meus braços, indignado
ouso agir assim, coordenado
roubo minhas idéias, meu ser

continua esta tortura, até quando
resta espetar meu ego inflado
espelho vil, espelho vão.

---

obs, não, não fui feliz com este poema. mas a idéia original era realmente boa, mais tarde reformularei...

segunda-feira, 16 de junho de 2008

Poetices

reina mente sobre a mente
a mente sobre matéria

(nos entrelaçamos com carinho
em teias de oportunidade

alguns diriam que são tecidas com fios de destino
na realidade)

a mente reina sobre gente
reina mente sobre fala

e não me restam palavras
senão a palavra do mais sábio

a mais bela perante os belos
é muito feia aos olhos do tolo

cuja mente governa um séquito de sandices
porque tolos só fazem tolices

e poeta só faz poetice.

Relâmpago

Uma súbita inspiração e um romance perdido
um
conto
falido
É tão rápido
como palavra mágica
costumo dizer
sou tudo
em intensidade
Sou divindade
Procuro
estar mais perto
o que é?
vislumbro.

Acontece

Acontece o que sempre acontece
Aconteceu aqui, aconteceu lá.
Acontece tudo
Em toda a parte
Eu não percebo
Mas lhe contaram
Acho que sou surdo
Não me acontece, mas aconteço.

Acontece, e se resume a isso?
Uma eterna inquietude?

---

Acontece aqui, acontece lá
Acontece tudo
Em toda a parte
Eu não me dou conta
Estou surdo

A vida se resume a isso
Uma eterna inquietação.

domingo, 15 de junho de 2008

Seleção de Poemas

Mãe


Parte I – Exaltação e Depressão


Ah sim!

Acordo leve após vinte anos

Seguro e confortável, após acordar-me.

Uma gostosa conversa de vinte anos

Atrás.

Em cantigas de ninar

Vinte anos eu mergulhava

A densa vastidão da humanidade

Curiosos mistérios inefáveis,

Infantis, bolas de gude.

Hoje,

Não ouço mais cantigas pra embalar

E nem verto mais lágrimas,

se as vertesse, as ferveria para um bom chá.

E cantaria:

"-Aqui jaz um espectro de poeta,

Um pesado perdedor sem vínculos.

As dúvidas existenciais me deixam louco;

São como uma nuvem de mosquitos – e tento de espantá-los

E nessa nuvem

existe uma fada que carrega um pote, de voz bem doce

Que cantava algo assim:

algodão-doce, caramelo! marmelo!"


Parte II – Aos Pais – Dor e Expiação


Há vinte anos disserdes-me:

Obedeça.

Desobedeci.

Arrependi-me.

Prometo que vos amarei

Na distância, ternura e amargura,

Sempre.

Prometo que vos honrarei

No Céu e na Terra

e que vos obedecerei

Em júbilo e contrariedade

Nunca é tarde.

Vosso eterno devedor suplica

A minha angústia leva embora

nas horas de apatia

Não quero cair em desordem

Nem em rebeldia

Fui por vezes muito ingrato

Mas sempre vos amei

E se necessário for

Morrerei por vós

Pais da Terra,

Obrigado.


Parte III – Mãe.


Nos devaneios mais sombrios

Afugentando os mosquitos

Para longe do meu coração

em dúvidas

Encontrei-te

Estava atormentado, ansioso, aflito

Deste-me de beber, pois estava com muita sede.

E prostrei-me, como nunca antes.

Mãe, manhã de orvalho.

Sou teu bebê que ainda balbucia no berço

Sou tua luz tão forte que me aquece!

----

peço desculpas pela minha linguagem obscena neste próximo poema:

Invenção Psicomorfotrópica de Mulher

Estive enferma por dois flebótomos
Que mistificaram minhas pernas
Construíram varizes, fístulas hilárias
Contrataram horrores divinas filárias

E pulsava a vulva vívida,
depreciativa carne bífida
Incidindo seus filetes suprarenais
Adjacência de corticóides
E eu com um asco estranho,
Mas que vontade de lamber!

Que jovem fartura, desfigurada
Balançando ávida na maca
exibindo as hemorróidas
carcinomas uterinos, sarcomas da endocérvice
cistos ovarianos, líquen labial
numa posição vil à la papanicolaou

Sou a Deusa do Abscesso
vulvovaginite em excesso
e tudo o que preciso ó Doutor
são dois comprimidos pra dor.

----

mais outro poema:


Uma Passagem Bíblica

Em uma parede escura
num castelo muito antigo
há uma pintura que deveria ter sido bela
porque as pessoas não param de olhar para ela
e sentar-se ao redor
para ouvir histórias

essa pintura está muito feia
gasta pelo tempo
muito velha
a minha mãe não iria deixar que eu a trouxesse pra pendurar em casa

o artista pintou um Cristo
de braços estendidos
todo espasmos
sofrendo o martírio mais cruel da época

A dor era grande, mas Cristo sorria
e contava muitas histórias para quem chegava ali
alguns adormeciam embalados no torpor
e outros escutavam vidrados - ou desconfiados

e enquanto eu ouvia

vultos arrastavam-se como traças
ao redor do corpo de Cristo na parede escura
ladeado por seus pobres apóstolos gravuras em pastel
e sua mãe que pranteava inconsolada com a perda
a angústia eternizada em seu rosto lacrimoso
exultantemente devorado por um verme
que encontrou uma iguaria excepcional

que mistério doloroso na história sobre a cruz!

os buracos, segundo me disseram
deixaram de ser furos há séculos
são grosseiros rombos sem remendos.

eu visitei o quadro na parede escura
querendo afastar uma dúvida
que sufocava meu coração
e Cristo disse-me assim:
-volto em 3 dias, qualquer coisa deixe seu recado com Maria Madalena.
Aí fiquei puto da vida. Respondi assim:
olha, Sr. Cristo, eu prefiro que o senhor volte com uma história melhor...

---
outra,

Breakdown Nervoso

SINTO-ME NEGRO
AO VER AS LETRAS
TÃO DESPUÍDAS
E CORROJADAS
ISSO ME ENOJA
ISSO ME EXCITA
MORTE À POESIA
MORTE À POESIA
----
e
outra,

Refeição

Por ora saciarei fome com estas vísceras
Algumas sobras mortais do dia de ontem
Da minha fonte agora jorra sangue
Hemácias simpáticas dançam entre os litros
Preenchendo meu corpo cavernoso
Se ocorre pensar em trompa de falópio

Meu cérebro se desmancha e vislumbra
Preâmbulos roliços de baço e fígado
Pedaços apetitosos de pâncreas salgado
E cem gramas do melhor apêndice dourado

Coração no espetinho com globos oculares
Parecem enxergar a profundidade da textura
Saborosa e anatômica do estômago lacerado
Desdobrado, cozido e requentado

Do delgado intestino fizeram o chouriço
E do grosso um refinado aroma
É um almíscar que penetra reto
Um bálsamo em invaginações ansiosas

Na última ceia a mais fina iguaria
Charutinho de pulmão refogado
Sobremesa feminina - útero com fel
Cardápio de luxo, cartilagens acompanham.

Para quem não conhece ainda...

A minha galeria no Deviantart, tão falecida ...

quase não posto mais lá, mas me acompanhou muito durante 4 anos...

http://guilan.deviantart.com/gallery/

Aquilae Volant

Aquilae Volant

o esplendor de suas envergaduras
ofuscam-me os olhos
quuando os volto para o céu
observando os grandes borrões
majestosos

voem reis predadores
voltem para seus ninhos
com alimento ao dispor

voem aves magnânimas
carregando proeza em seus bicos
incautas
serão depenadas (?)

Invenção Psicomorfotrópica de Mulher

Estive enferma por dois flebótomos
Que mistificaram minhas pernas
Construíram varizes, fístulas hilárias
Contrataram horrores divinas filárias

E pulsava a vulva vívida,
depreciativa luva bífida
Incidindo seus filetes suprarenais
Adjacência de corticóides
E eu com um asco estranho
Mas que vontade de lamber!

Que jovem fartura, desfigurada
Balançando ávida na maca
exibindo as hemorróidas
carcinomas uterinos, sarcomas da endocérvice
cistos ovarianos, líquen labial
numa posição vil à la papanicolaou

Sou a Deusa do Abscesso
vulvovaginite em excesso
e tudo o que preciso ó Doutor
são dois comprimidos pra dor.

sábado, 3 de maio de 2008

Vê o Sol!

Vê o Sol!

dia após horizonte
vasta trilha brilhante
acordam casas e casas
em abismal cadência
infinitas visitas
com um só olhar...

quando a alvorada resplandece
nas montanhas geladas do Alaska
ou das dunas áridas do Saara
o fulgor amarelo traz calor e luz
para os lares do mundo

sul e norte
Vê o Sol!

terça-feira, 15 de abril de 2008

A fada do Pote de Mel

Parte III – A Fada do Pote de Mel.

Nos devaneios mais sombrios

Espantando os mosquitos

Para longe do meu coração debilitado

Encontrei-te, paciente Mãe

Estava atormentado, ansioso, aflito

Deste-me de beber, pois estava com muita sede.

E prostrei-me, como nunca antes.

Mãe serena e protetora

Agradável manhã de orvalho

Sou teu bebê que ainda balbucia no berço

Rendendo-me à tua glória

À tua luz tão forte que me aquece!

Fada do pote de mel.

Faço parte de ti,

Faz parte de mim.

A fada do Pote de Mel

Parte II – Aos Pais – Dor e Expiação

Há vinte anos disserdes-me:

Obedeça.

Desobedeci.

Arrependi-me.

Prometo que vos amarei

Na distância, ternura e amargura,

Sempre.

Prometo que vos honrarei

No Céu e na Terra

Sempre, sempre...

Prometo que vos obedecerei

Em júbilo e contrariedade

Nunca é tarde.

Vosso eterno devedor suplica

A minha angústia leva embora

Em horas de apatia

Não quero cair em desordem

Nem em rebeldia

Minha fonte de luz

Esperança de meu acreditar

Sois minha Mãe do Céu,

Não ireis falhar.

Vosso eterno devedor implora

Desculpais a minha inglória

Fui por vezes muito ingrato

Mas sempre vos amei

E se necessário for

Morrerei por vós

Pais da Terra,

Obrigado.

sexta-feira, 11 de abril de 2008

A fada do Pote de Mel

Parte I – Exaltação e Depressão

Oh sim!

Acordo leve após vinte anos

Seguro e confortável, após recordar-me.

Uma gostosa conversa de vinte anos

Atrás.

As cantigas de ninar me acalentavam

Vinte anos atrás eu mergulhava

Na densa vastidão da humanidade

Em curiosos mistérios inefáveis,

Infantis... bolas de gude...

Hoje,

Não tenho muitas lágrimas para verter

Se eu as tivesse, inundaria Jaraguá inteira,

Soluçando:

-Aqui jaz um espectro de poeta,

Um pesado perdedor sem vínculos.

As dúvidas existenciais me deixam louco;

São como uma nuvem de mosquitos – tem de espantá-los

No meio deles existe uma fada que carrega um pote

Sincera, paciente, doce como o mel que traz.

segunda-feira, 7 de abril de 2008

trecho 7

Abelha-Rainha

o que perscruta a mente insana
que redime a mente sã?

era uma pérfida abelha-rainha
perdida nas austeras horas
daquela longa e devassa noite
voava pelos becos escuros
a bisbilhotar prostíbulos
ferretreando proxenetas
enlouquecendo as mulheres
que exercitavam as (...?)

desenhava ganchos em linha
na parede das passagens
perscrutando à luz de velas
um labirinto de esfarrapados
perfura gargantas incômodas
despedaçando insolências

e de vão em vão
estalava o ferrão
mas por inexata
razão
com a violência de um peteleco
despedaçada foi-se então.

sinto falta do zunzum
das asinhas agitadas
enxeridas e afiadas
acho que tornei-me
mais um daqueles.

o que perscruta a mente má
que redime a mente vã?

sábado, 5 de abril de 2008

trecho6. Sorria.

Antes de mais nada
Esboce sorriso.

Sorria com afeto
diante da atribuição
considerada mundana
uma atividade cotidiana.

É aquela criança
de olhar severo
carregando meio fardo
de desespero

Sorria como um abutre
Ao lançar-se sobre carne podre
devorando projetos
de semanas inteiras.

sábado, 22 de março de 2008

trecho 5.

Em uma parede escura
num castelo muito antigo
há uma pintura que deveria ter sido bela
porque as pessoas não param de olhar para ela
e sentar-se ao redor
para ouvir histórias

essa pintura está muito feia
gasta pelo tempo
muito velha
a minha mãe não iria deixar que eu a trouxesse pra pendurar em casa

o artista pintou um Cristo
de braços estendidos
todo espasmos
sofrendo o martírio mais cruel da época

A dor era grande, mas Cristo sorria
e contava muitas histórias para quem chegava ali
alguns adormeciam embalados no torpor
e outros escutavam vidrados - ou desconfiados

e enquanto eu ouvia

via vultos arrastando-se como traças
ao redor do corpo de Cristo na parede escura
ladeado por seus pobres apóstolos feitos de pastel
e sua mãe que pranteava inconsolada com a perda
a angústia eternizada em seu rosto lacrimoso
exultantemente devorado por um verme
que encontrou uma iguaria excepcional

que mistério doloroso na história sobre a cruz!

os buracos, segundo me disseram
deixaram de ser furos há séculos
são grosseiros rombos sem remendos.

eu visitei o quadro na parede escura
querendo afastar uma dúvida
que sufocava meu coração
e Cristo disse-me assim:
-volto em 3 dias, qualquer coisa deixe seu recado com Maria Madalena.
Aí fiquei puto da vida. Respondi assim:
olha, Sr. Cristo, eu prefiro que o senhor volte com uma história melhor...





Feliz Páscoa pra vocês :D

terça-feira, 4 de março de 2008

Sua Heroína.

Filha do ópio, neta da doce Papoula, vinda de regiões remotas - branca como a neve.
Eu sou aquela que te causa euforia. Sou a dama dos teus sonhos mais profundos - vingativa como uma bruxa má.
Estou te esperando para mais uma vez me provar - a minha ausência lhe inflige dor?
Uma vez que te embalei em meus braços, de mim você não escapa.
Sou tua dominatriz - insaciável como sanguessuga.

Suas pupilas estão loucas para sair fora das órbitas, derretidas. Seus braços notáveis ostentam marcas inglórias, ferimentos e edemas.
Está doendo muito? O que me diz de seus delitos, sempre mais ousados?
Que me diz de sua mãe, que junta-se à multidão que lamenta e chora pela ingratidão?
Sou a gota da discórdia que rompe a harmonia da tua família - onde agora apenas resta dissonância.
Você me diz que sou insensível. Na verdade, eu é que te deixo insensível.

Agora mesmo meu séquito de leprosos se contorce, fedendo e gemendo sobre detritos, balbuciando palavras de contrição:
"estamos perdidos, meu amigo".
"não há escapatória."



Meu nome é heroína.

Decida se serei sua heroína.




Ouvindo: The Mars Volta - Agadez

quinta-feira, 28 de fevereiro de 2008

trecho 4

(mais um destes trechos... devo admitir que eu mesmo estou enfadado de tanto escrever trechos, mas seguirei adiante.)


o pobre homem disse assim:
santo e sagrado
é o nome de Jesus -
vejo Jesus em banheiros
abençoando os dejetos (cruz-credo!)
vejo Jesus em bares
estampado nas garrafas

afundados em narcóticos?
Liberta Jesus em nome do Senhor!

domingo, 24 de fevereiro de 2008

trecho 3

forma difusa em torrente
vem descendo sorridente
cascatas de cabelos bastos
respingam em minha face

uma estóica barragem
no córrego do seu ser

eu fui

sexta-feira, 22 de fevereiro de 2008

trecho 2

... por enquanto, fora necessária a intervenção do norte...

Eu gostaria de lhe deixar algumas palavras
sem perfeição.

a mente é turva
de quem é a mente?
a mente mente
atrofiada e curva
envolta em curvas
de vermelho cetim
bonito presente
audaz artesão.

segunda-feira, 18 de fevereiro de 2008

Procura-se um Coração

Estou em busca.
Meu coração dourado, onde o perdi?
está camuflado entre vincos na testa,
ou como lêndea grudada num fio de cabelo branco?
(que insistem em aparecer aqui e ali)

Desde aquela meia-noite,
foi-se, para não voltar mais
foi-se, distanciando dos propósitos mesquinhos
que entupiam seus áureos ventrículos
e átrios.

a preciosidade que pulsava sob o crepúsculo
deixei largada no jardim, em meio aos brinquedos
que minha mãe pediu para eu guardar
antes do anoitecer (e que até então esqueci)

vejo o tempo passar
e tudo o que deixo acontecer
é o silêncio ecoar nesta pedra
engastada em meu peito

(mãe, já vou guardar os brinquedos)

segunda-feira, 11 de fevereiro de 2008

trecho 1

seria possível enxergar com esta visão empírica de mundo, limitada, infantil e por vezes esquizofrênica, a quem me refiro com certa tristeza e indiferença?
fazer com que neurônios e ventrículos concentrem seus esforços trabalhando em uma simpática villanelle, culminando em uma versão pitoresca dos afazeres cotidianos de prisioneiros em campos de concentração de Auschwitz-Birkenau?

domingo, 10 de fevereiro de 2008

Poeta, Ourives. (2)

regurgito palavras
presas em microvilosidades
as reformulo em pautas
de insignificância subjetiva
que ensopa-lhes com veneno
mais potente do que absoluto.

Poeta, Ourives.

retifico versos
que rimam com quero-quero,
que semeiam raízes de olvido,
Que não desabrocham;
encolhem-se com a falta de esmero.

quarta-feira, 6 de fevereiro de 2008

eu soube que haveria algo a ser preenchido
quando tu me perguntaste sobre o trágico ocorrido
dissimulado deixei-te morta
balançando placidamente ao som das ondas naquela praia
E cuspo na tua cara
pois Faltam-me palavras de despedida.

segunda-feira, 28 de janeiro de 2008

Pensamentos

escrevi isto faz um bom tempo. precisamente há quase cinco anos atrás. Quando o leio, encontro muitas falhas, mas por alguma razão eu gosto muito deste texto...




Pensamentos

Eu penso porque existo
Mas o fato de existir é uma incógnita
A existência oblitera o pensamento?
Onde o instinto se encaixa?

Entender porque pensamos é o mesmo que entender a vida
Existo logo penso.
Caso pense demais, esteja talvez falando uma coisa sem valor
Algo fútil
Mas vasculhando meus pensamentos encontro algo útil para me entreter

Algo denso
Eu acho que pensar é viver
Não tem outra explicação

Vivemos para pensar
Para sorrir, refletir
Para buscar o bem e o mal
(será que na verdade não existe bem nem mal?)
Vivemos para alcançar metas
Que talvez nunca serão atingidas
E quando são atingidas surgem outras
Que se tornam distantes... distantes...
Um eterno busca-busca, frustra-frustra, fuça-fuça, corre-corre...
Um triunfo momentâneo...

É algo mais notável do que se possa recordar
Formas de entender o mundo no qual vivemos
E que se resume a uma só palavra
Que não é amor, pois isso seria muito piegas

Pensamento.

Mas eu não acabei de falar que logicamente, o pensamento seria uma incógnita se a existência também é?
Pense também e ajude a contribuir a resolver essa equação malfeita.

domingo, 27 de janeiro de 2008

Poesia

na ocasião
a filha mais querida
volto-lhe as costas
e então
não mais do que a mais vil
odiosa
incompleta, inapta.
uma ferida

faço-te e esqueço-te e após certo tempo
leio e gargalho
eu gosto.




(poema feito para o tema do mês, da comunidade PoesiaPT- do deviantart.
http://poesiapt.deviantart.com)
assim,
o tempo é curto
e não tenho mais tempo com obrigações vãs

doravante
um novo homem se inicia
reconfortando-se com suas pupilas

dilatadas nos divãs.

sábado, 26 de janeiro de 2008

Saudações opacas

Aceno sempre quando o avisto

Um rosto alegre

caminha porque tem direito,

é verdade

mas a verdade

Quer gritar

toda insensível

ora eu tampo-lhe a boca

por que a mentira é mais doce.


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Breakdown Nervoso

SINTO-ME NEGRO
AO VER AS LETRAS
TÃO DESPUÍDAS
E CORROJADAS
ISSO ME ENOJA
ISSO ME EXCITA
MORTE À POESIA
MORTE À POESIA
Italo Puccini (do Um-sentir.blogspot.com) perguntou-me:

1. O que você estava fazendo em 1978 (há 30 anos)?

2. E em 1983, há 25?

3. O que você estava fazendo em 1988?

4. E em 1993?

5. O que estava fazendo há 10 anos?

6. E há cinco?


Responderei laconicamente:

1- não sei
2- não faço idéia
3- nascendo!
4- lendo muito. fazendo arte também.
5- o mesmo que acima
6- perguntando-me sobre mim mesmo.








não sei para quem passarei esta corrente, mas se souber, coloco aqui.