quarta-feira, 9 de julho de 2008

Aqueles versos

Além do sexto escândalo
Sorrindo tudo azul
Há um colar de bonecas
Rodeando duas canecas
Você quer mais o quê? Um bidet?

Um beijo gorgolejante,
Panquecas e CD's?

Construir um palácio despidos em um tanque
E depois nos afogarmos
Para o bem do bebê

Amanhã já foi descoberto
Porque nunca saberá o que é pena
De reunir tantos versos
Para um quadro azul

Deram-me um corpo
mas é de papel
Naufragam, os barcos
Tombam lânguidos no tonel

(ah!)

Louco com uma águia
Pena de bordel
Machucam toda noite, olho para o teto
lambuzo o céu

Peço-lhe que remende
Aqueles traços infantis
É tão decadência
Vejo:
Cabeças em alfinetes.

E a platéia aguarda-me com um atraso
E mais uma vez
Deslumbro decotes com simpatia
Todo mundo consulta seu relógio
é a parte em que me ligam
esperançosamente à pieguice

Oh, falta-me um inconsciente de uso
Falta-me um consciente humano
Falta-me uma dúvida munida
De pontuações descabidas
Falta-me luz e sombra, ser cruz e tumba
Falta-me uma graça perversa, à sombra dos fracos
Falta-me perversidade graciosa, prepúcio e bunda.

Um comentário:

JONES DANIEL GIOVANELLA disse...

Falta-me a certeza e a incoerência.
Versatilidade desenfreada.

Um tanto profundo e egocêntrico mas real, cada palavra é proliferada com certeza.

Avante.