Filha do ópio, neta da doce Papoula, vinda de regiões remotas - branca como a neve.
Eu sou aquela que te causa euforia. Sou a dama dos teus sonhos mais profundos - vingativa como uma bruxa má.
Estou te esperando para mais uma vez me provar - a minha ausência lhe inflige dor?
Uma vez que te embalei em meus braços, de mim você não escapa.
Sou tua dominatriz - insaciável como sanguessuga.
Suas pupilas estão loucas para sair fora das órbitas, derretidas. Seus braços notáveis ostentam marcas inglórias, ferimentos e edemas.
Está doendo muito? O que me diz de seus delitos, sempre mais ousados?
Que me diz de sua mãe, que junta-se à multidão que lamenta e chora pela ingratidão?
Sou a gota da discórdia que rompe a harmonia da tua família - onde agora apenas resta dissonância.
Você me diz que sou insensível. Na verdade, eu é que te deixo insensível.
Agora mesmo meu séquito de leprosos se contorce, fedendo e gemendo sobre detritos, balbuciando palavras de contrição:
"estamos perdidos, meu amigo".
"não há escapatória."
Meu nome é heroína.
Decida se serei sua heroína.
Ouvindo: The Mars Volta - Agadez
terça-feira, 4 de março de 2008
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2 comentários:
Uma senhora com nome sugestivo e sintomas doentios.
muito bem apresentada esta senhora.
gostei muito da construção do escrito aqui.
abraços,
Í.ta**
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