Por ora saciarei fome com estas vísceras
Algumas sobras mortais do dia de ontem
Da minha fonte agora jorra sangue
Hemácias simpáticas dançam entre os litros
Preenchendo meu corpo cavernoso
Se ocorre pensar em trompa de falópio
Meu cérebro se desmancha e vislumbra
Preâmbulos roliços de baço e fígado
Pedaços apetitosos de pâncreas salgado
E cem gramas do melhor apêndice dourado
Coração no espetinho com globos oculares
Parecem enxergar a profundidade da textura
Saborosa e anatômica do estômago lacerado
Desdobrado, cozido e requentado
Do delgado intestino fizeram o chouriço
E do grosso um refinado aroma
É um almíscar que penetra reto
Um bálsamo em invaginações ansiosas
Na última ceia a mais fina iguaria
Charutinho de pulmão refogado
Sobremesa feminina - útero com fel
Cardápio de luxo, cartilagens acompanham.
sexta-feira, 27 de julho de 2007
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Um comentário:
tavas com fome, hein??
gostei muito! bela prática!
=D
abraços
Í.ta**
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