segunda-feira, 30 de julho de 2007

O Moinho (O Assombro)

As pesadas pás do moinho
Obedecem ao lufar do vento
Girando indóceis em torvelinho
Refreá-las tento

Um catavento

Acabrunhado moinho despótico
Sob um tépido riacho
Simpático mecanismo quixótico
Idealizado para mover

Seja ar ou movido por líquido
Com um propósito bífido
O moinho roda e age
Como um viver
Cíclico

Pois quando a respiração estanca
Ou se água falta
Ou ao quebrar uma alavanca
E moinho não poder girar
O círculo desanda
O sopro esvai

Mesmo movendo um ideal pérfido
Sustentado por figurões báquicos
Essa força que mobiliza
Impressiona

Um milhão de cabeças giram
Enquanto observam vidradas
E giram satisfatoriamente felizes
Embora acorrentadas nas pás
Temendo Satanás

Arre, ao menos eu descanso em paz...

2 comentários:

Gabriel Rangel disse...

Gostei

realmente, esse é um moinho indispensavel para qualquer ser humano

parabens :o

só não gostei do "acorrentados"
visto que ao meu ver, é uma escolha, então fica meio estranho o acorrentado, mas tudo bem.

ítalo puccini disse...

Gostei dessa.
Da anterior, não. As rimas com verbos não me atraíram. É uma excessão nas suas poesias.

abraços,
Í.ta**