quinta-feira, 31 de julho de 2008

Estudos Poéticos n. 2

três haicaizinhos tradicionais, 7,5,7

espero que gostem :)

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Adágio

Dor. Por ela, o violão chora.
e seu braço deita
Lenta e dolorosamente

Vertigem

a visão tornou-se turva
no alto penhasco
rio de Adalberto, e morro.

Canora

O cantador no peitoril
Dita arpejos, preso:
Liberdade, que já voou.

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Haicais Livres

353
Desceu bruma
solidão oculta
frio de Alma.

sexta-feira, 18 de julho de 2008

narcolepsia

a player made up of energing
the secrets in drossing

a very fabled coggipresence
overblehlmed and nobody
crowded a neverword

drowning in the secrets
the battle borale
onto our flushy wundess
automaton from the dey
shepherd syphoons

hes ouning flicker wispersion
and recyclecent hands lands
a depth pertuned with a gizzy locust
nightsy, clumsy, all nightwand.


eu tava quase dormindo. isso é o que o meu semi-inconsciente estava escrevendo.
juro.

terça-feira, 15 de julho de 2008

Estudos Poéticos

Ouça

É tão doce

Que o vento soprou

É assim que sei

O som


Sabe

A saudade me seca

Suspiro e silêncio


Ouça

Esta solidão

Será serenata?

É só sensação...



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Música para ser ouvida:

Revèrie - Claude Debussy


Enjoy!




segunda-feira, 14 de julho de 2008

Ilustração de berros

Um berro sorriso
fecha as pálpebras
do menino que canta seu nome
com um grito

tão ardido
meu ouvido faz nó

Sonho

Sonho
A perfeita música
a nota mais branda
desliza no som

Sonho bom
é aquele sonhado
num dormido gostoso
além das cobertas
a revirar

ainda não é hora de acordar


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domingo, 13 de julho de 2008

O Templo de Pedra

dentro do círculo de pedra
o sábio
cria astuto enigma
é ilusão má
Ecoa o tempo e as tênebras
e roda
força os eixos e pára.

mental

Paranormal, é mistério
e solução
Uma mística reclusão
um labirinto
As asas presas a correntes
nem cera
Restitui a liberdade

ainda falta

metade do quebra-cabeças

A floresta

há silêncio
nas folhas que ouvem

paz e beleza
no escuro residem

há medo
a quietude diz

fascina. reflete.

quarta-feira, 9 de julho de 2008

Somente em Sonhos

Nos meus sonhos, eu vi
mancharam as flores do meu jardim
O tesão perdeu-se entre os canteiros
árvores e arbustos devastados

eu vi
equilibrado sobre um vale
uma pequena meseta frágil
tenho medo de cair para cá
ou para lá

agarro-me nas porções de terra
onde estava a pessoa que procurava?
não enxerguei-lhe o rosto
não lembro quem é

Aqueles versos

Além do sexto escândalo
Sorrindo tudo azul
Há um colar de bonecas
Rodeando duas canecas
Você quer mais o quê? Um bidet?

Um beijo gorgolejante,
Panquecas e CD's?

Construir um palácio despidos em um tanque
E depois nos afogarmos
Para o bem do bebê

Amanhã já foi descoberto
Porque nunca saberá o que é pena
De reunir tantos versos
Para um quadro azul

Deram-me um corpo
mas é de papel
Naufragam, os barcos
Tombam lânguidos no tonel

(ah!)

Louco com uma águia
Pena de bordel
Machucam toda noite, olho para o teto
lambuzo o céu

Peço-lhe que remende
Aqueles traços infantis
É tão decadência
Vejo:
Cabeças em alfinetes.

E a platéia aguarda-me com um atraso
E mais uma vez
Deslumbro decotes com simpatia
Todo mundo consulta seu relógio
é a parte em que me ligam
esperançosamente à pieguice

Oh, falta-me um inconsciente de uso
Falta-me um consciente humano
Falta-me uma dúvida munida
De pontuações descabidas
Falta-me luz e sombra, ser cruz e tumba
Falta-me uma graça perversa, à sombra dos fracos
Falta-me perversidade graciosa, prepúcio e bunda.

sexta-feira, 4 de julho de 2008

Sucélia

Estava difícil encontrar um nome que me satisfizesse. Por fim, acabei decidindo-me por Sucélia, uma linda variante das aglutinações de Sumara e Deorcélia. Costumeiramente, as pessoas haviam sugerido muitos outros nomes, como Cleidinha, Valquíria, Dorotéia. Mas, como uma boa porção dos brasileiros, eu sucumbi à forte atração que Sucélia exercia.
Sucélia inha um namorado. Um cara não muito gordo, nem muito alto. Este rapaz chamava-se Eudete, e era muito afeiçoado à mulher. Ou pensava que era. Eudete era dono de um ciúme colossal em relação à Sucélia. Muito provavelmente pelo temor que sentia se Sussú descobrisse seus regulares encontros amorosos com Amália.
Meus conceitos sobre Amália caíram drasticamente desde que a vi agarrada com o Sr. Eudete, na última segunda feira, entre beijos e mordiscos. Era certo que Amália era uma médica (ou seria enfermeira?) de sucesso. As pessoas novamente perguntavam-me se não seria melhor uma Amália Terapeuta Ocupacional introvertida ou inveterada na bebida. Eu considerei seriamente estas opções, embora ainda não tenha me decidido a respeito de Amália. Gostaria que Amália fosse uma enfermeira. Ela seria um pouco rechonchuda, dotada de um sorriso cativante. Suas curvas seriam salientes - muito atrativa. Concebendo Amália como médica, eu viria a contar-lhes casos de amor de uma mulher magra e alta, com cabelos até os ombros. Sisuda e amargurada, pintava os cabelos toda semana para esconder a velhice iminente.
Amália, a médica (ou enfermeira), fagocitava com prazer seu amante, o namorado de Sucélia. A idéia de ser uma amante excitava muito a enfermeira (ou seria a médica?). Amália gostaria muito de conhecer Sucélia. Eudete não achava a idéia interessante. Seria melhor viajarem em um cruzeiro marítimo rumo às Malvinas. Mas Eudete, mesmo no ato rotineiro da traição, surpreendia a si mesmo pensando com carinho na amável Sucélia, que possivelmente estaria cantarolando um hit de sucesso. Assistia a novela das oito e preparava pães de queijo para vender na cantina da escola (ou traduzia um complicado texto em Grego para o Inglês ao som de Enya?).

Frases do fim do começo do dia.

A Internet é censurada aos turistas. A literatura é pouca.
Estavam eu e meus vinte anos. Cansados e com as pálpebras piscando involuntariamente - cabeça doendo - crianças gritando nas têmporas. Qualquer frustraçãozinha era motivo de quebrar copos, rasgar livros, entortar os óculos e cheirar meias sujas de ontem. Eu procurava soluções dúbias para uma produção procrastinada há muito tempo. Contemplava com o olhar desfocado o quarto imenso, mergulhado em um prato cheio de cores e possibilidades. Várias são plangentes a ponto de desviar-me da minha tarefa principal - aquela tela quadrada, cujas letrinhas pareciam me desafiar a cada momento que eu desafiava a continuar acordado. Eu versus o relógio. Ora, eu já havia gritado antes muitas vezes com Deus, pedindo para que esticasse só um pouquinho a duração dos dias... mas antes que eu novamente me distraia a ponto de perder uma frase genial para este texto, é importante mencionar que a Internet era safada e maliciosa. O Youtube te tragava para uma vastidão surreal de possibildades. A Wikipédia era uma biblioteca indócil, consumidora maldosa de horas. Ah, como eu gostaria de funcionar 24 horas em total lucidez, sem pausa para sono. Eu queria dormir. Maldito botão editar!