(mais um destes trechos... devo admitir que eu mesmo estou enfadado de tanto escrever trechos, mas seguirei adiante.)
o pobre homem disse assim:
santo e sagrado
é o nome de Jesus -
vejo Jesus em banheiros
abençoando os dejetos (cruz-credo!)
vejo Jesus em bares
estampado nas garrafas
afundados em narcóticos?
Liberta Jesus em nome do Senhor!
quinta-feira, 28 de fevereiro de 2008
domingo, 24 de fevereiro de 2008
trecho 3
forma difusa em torrente
vem descendo sorridente
cascatas de cabelos bastos
respingam em minha face
uma estóica barragem
no córrego do seu ser
eu fui
vem descendo sorridente
cascatas de cabelos bastos
respingam em minha face
uma estóica barragem
no córrego do seu ser
eu fui
sexta-feira, 22 de fevereiro de 2008
trecho 2
... por enquanto, fora necessária a intervenção do norte...
Eu gostaria de lhe deixar algumas palavras
sem perfeição.
a mente é turva
de quem é a mente?
a mente mente
atrofiada e curva
envolta em curvas
de vermelho cetim
bonito presente
audaz artesão.
Eu gostaria de lhe deixar algumas palavras
sem perfeição.
a mente é turva
de quem é a mente?
a mente mente
atrofiada e curva
envolta em curvas
de vermelho cetim
bonito presente
audaz artesão.
segunda-feira, 18 de fevereiro de 2008
Procura-se um Coração
Estou em busca.
Meu coração dourado, onde o perdi?
está camuflado entre vincos na testa,
ou como lêndea grudada num fio de cabelo branco?
(que insistem em aparecer aqui e ali)
Desde aquela meia-noite,
foi-se, para não voltar mais
foi-se, distanciando dos propósitos mesquinhos
que entupiam seus áureos ventrículos
e átrios.
a preciosidade que pulsava sob o crepúsculo
deixei largada no jardim, em meio aos brinquedos
que minha mãe pediu para eu guardar
antes do anoitecer (e que até então esqueci)
vejo o tempo passar
e tudo o que deixo acontecer
é o silêncio ecoar nesta pedra
engastada em meu peito
(mãe, já vou guardar os brinquedos)
Meu coração dourado, onde o perdi?
está camuflado entre vincos na testa,
ou como lêndea grudada num fio de cabelo branco?
(que insistem em aparecer aqui e ali)
Desde aquela meia-noite,
foi-se, para não voltar mais
foi-se, distanciando dos propósitos mesquinhos
que entupiam seus áureos ventrículos
e átrios.
a preciosidade que pulsava sob o crepúsculo
deixei largada no jardim, em meio aos brinquedos
que minha mãe pediu para eu guardar
antes do anoitecer (e que até então esqueci)
vejo o tempo passar
e tudo o que deixo acontecer
é o silêncio ecoar nesta pedra
engastada em meu peito
(mãe, já vou guardar os brinquedos)
segunda-feira, 11 de fevereiro de 2008
trecho 1
seria possível enxergar com esta visão empírica de mundo, limitada, infantil e por vezes esquizofrênica, a quem me refiro com certa tristeza e indiferença?
fazer com que neurônios e ventrículos concentrem seus esforços trabalhando em uma simpática villanelle, culminando em uma versão pitoresca dos afazeres cotidianos de prisioneiros em campos de concentração de Auschwitz-Birkenau?
fazer com que neurônios e ventrículos concentrem seus esforços trabalhando em uma simpática villanelle, culminando em uma versão pitoresca dos afazeres cotidianos de prisioneiros em campos de concentração de Auschwitz-Birkenau?
domingo, 10 de fevereiro de 2008
Poeta, Ourives. (2)
regurgito palavras
presas em microvilosidades
as reformulo em pautas
de insignificância subjetiva
que ensopa-lhes com veneno
mais potente do que absoluto.
presas em microvilosidades
as reformulo em pautas
de insignificância subjetiva
que ensopa-lhes com veneno
mais potente do que absoluto.
Poeta, Ourives.
retifico versos
que rimam com quero-quero,
que semeiam raízes de olvido,
Que não desabrocham;
encolhem-se com a falta de esmero.
que rimam com quero-quero,
que semeiam raízes de olvido,
Que não desabrocham;
encolhem-se com a falta de esmero.
Assinar:
Postagens (Atom)