Meu céu tem um limite,
O azul púrpura agora brilha vermelho
Tive palavras para serem ditas
Mas tuas más ações criaram feridas
Eu estaria melhor se o Sono Eterno me acordasse
Porém ainda me queimo neste inferno verbal
Que há de tão mau em falar mal
Brilha negro meu plácido lamento, vulgar.
Não há espaço para o azul quando todos gostam do vermelho
Sem opção eu ando a esmo, um pouco mais para baixo
Vagando nas margens dum rio, solitário de frio
Ávido, sacio minha sede com palavras importantes
Eu estaria melhor se a Morte me consolasse
Mas minha trajetória precisa estar nas alturas
Espalho meus pedaços por aí, após esquartejado
E quero que contemplem tais bravuras
Meu sorriso se assemelha a uma máscara vasta e vazia
Gostaria de arrebentar este riso que me deixa preso
Sobrepujar com mil socos este caráter jocoso
Que me sufoca, nauseabundo, dentro do meu próprio gozo!
Eu estaria melhor se esta foice me ceifasse
E com soberbos modos finalizo a aventura
E deixarei recados para amigos, saudades
A todo resto reservo um cauteloso silêncio.
quarta-feira, 19 de dezembro de 2007
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2 comentários:
Desespero que precede o silêncio.
Silêncio que guarda o encanto.
Encanto que canta os demônios.
auto-biográfica ou apenas o eu-lírico?
independentemente, brilhante!
Í.ta**
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