Ela é muito feminina. Júlia. Perfeita. Sublime. Uma musa.
Desperta os sentimentos mais profundos e sinceros de todo homem que a avista, sem falar dos desejos lascivos.
Lábios perfeitos. Só de imaginar seu beijo em minha face imberbe, tenra e quase imatura, surgem em mim efeitos fascinantes. Creio que já gastei incontáveis horas no banheiro por causa dessa mulher. Ah, Júlia, que mulher.
Um adjetivo? Tesuda. Antes vulgar do que insincero. Tais curvilineidades provocam cócegas de prazer. No íntimo das mentes masculinas (e lésbicas, bem provável).
Lábios perfeitos. Júlia. Quero adoçar minha boca com a sua. Exalto-a, tão perfeita quanto a sua pessoa. E que língua, deveras graciosa! Pedaço de paraíso. Sua língua, cuidadosamente comedida!
segunda-feira, 15 de outubro de 2007
Júlia II
Na poesia encontro a ti, Musa
Júlia, passional, destrói qualquer
Amor conjugal
Insinuante, que delícia humana.
Traz à tona escolhas aviltantes.
De baixa estatura, precisamente formosura
Delicada, incomparável deusa
Imoral, Dama do Mal
Faz de tudo para obter prazer
Lábios Perfeitos, Júlia
Mostre-nos suas pernas, nuas
Perfeitas para enterrar em jugulares.
Júlia, passional, destrói qualquer
Amor conjugal
Insinuante, que delícia humana.
Traz à tona escolhas aviltantes.
De baixa estatura, precisamente formosura
Delicada, incomparável deusa
Imoral, Dama do Mal
Faz de tudo para obter prazer
Lábios Perfeitos, Júlia
Mostre-nos suas pernas, nuas
Perfeitas para enterrar em jugulares.
segunda-feira, 8 de outubro de 2007
A diva vazia
desperto
amortecido nesta cavidade
e esta entranha
toda exposta
maldisposta
recusa-se a cicatrizar
......
......
apresento-lhes
a Rainha das Meretrizes, Bocetrizes
Cuja lembrança resgatada
dos recônditos esquecidos
das dobras do ocaso
mais oca que um santo barroco
......
traga me o fim
o vácuo abismal
a escuridão perfeita
as pétalas da noite
que desenham verdades
acabou, por ora.
......
aquele grito
delicioso
delineia a noite
como maquiagem de pobre
um minuto depois
e já foi embora
hão de convir, sadismo autêntico
sobrou uma vã existência
vestida de negro
com seu mais estupendo
vaticínio - gracejante
......
A diva vazia, supérflua
de alma lânguida, álgida
aflige o escritor, chula
com puto poder de sedução
......
É o fim
Diva, traga me o fim
um abismo para eu cair
espadas para a mim trespassar
volto ao meu pó
o mais puro nada
este vazio?
...
amortecido nesta cavidade
e esta entranha
toda exposta
maldisposta
recusa-se a cicatrizar
......
......
apresento-lhes
a Rainha das Meretrizes, Bocetrizes
Cuja lembrança resgatada
dos recônditos esquecidos
das dobras do ocaso
mais oca que um santo barroco
......
traga me o fim
o vácuo abismal
a escuridão perfeita
as pétalas da noite
que desenham verdades
acabou, por ora.
......
aquele grito
delicioso
delineia a noite
como maquiagem de pobre
um minuto depois
e já foi embora
hão de convir, sadismo autêntico
sobrou uma vã existência
vestida de negro
com seu mais estupendo
vaticínio - gracejante
......
A diva vazia, supérflua
de alma lânguida, álgida
aflige o escritor, chula
com puto poder de sedução
......
É o fim
Diva, traga me o fim
um abismo para eu cair
espadas para a mim trespassar
volto ao meu pó
o mais puro nada
este vazio?
...
terça-feira, 2 de outubro de 2007
Palavras Acerbas
Da perfídia és filha
Enigmática e sombria
És vazia, pálida Maria
És um mito, recontado por mero escrito
Dona beneplácita, doravante ficarás sabendo
Nego toda razão a ti atribuída
Não há porque aprofundar-se
Na sua história rasa, malcontada
És mesmo uma velha fenecida
Derramo lágrimas de deleite
Pois creio que ao expô-la ao ridículo
Escarneço também toda sua estirpe
Depósitos de lixo abruptos e bestializados
Servem só pra ocupar espaço
Vez por outra, alguém vislumbra
Algo estranho por detrás da penumbra...
Enigmática e sombria
És vazia, pálida Maria
És um mito, recontado por mero escrito
Dona beneplácita, doravante ficarás sabendo
Nego toda razão a ti atribuída
Não há porque aprofundar-se
Na sua história rasa, malcontada
És mesmo uma velha fenecida
Derramo lágrimas de deleite
Pois creio que ao expô-la ao ridículo
Escarneço também toda sua estirpe
Depósitos de lixo abruptos e bestializados
Servem só pra ocupar espaço
Vez por outra, alguém vislumbra
Algo estranho por detrás da penumbra...
Ritual Funeral
Austeras palavras decoram esta arenga
Uma vez entoada à guisa de ode fúnebre
Celebrando as exéquias, a rotura destas penúrias
Veredas obscuras por onde andava enredado.
Carrego esta vestidura que me leva ao cadafalso
Simboliza parte mundana que reservar-se-á
ao oblívio.
Suave mortalha que, aceita de boa vontade
Separadas são, as duas metades.
Hostil cerimônia cingida em penitências
Abstenções pontuadas por reveses
Decisões profundas apoiadas em desprezo
Culminam na Extrema Unção.
Morro, conquanto prezo
Sem desdém
A metade desta agora destinada ao limbo.
Na que me resta, espero apenas
Certeza de fruição.
Uma vez entoada à guisa de ode fúnebre
Celebrando as exéquias, a rotura destas penúrias
Veredas obscuras por onde andava enredado.
Carrego esta vestidura que me leva ao cadafalso
Simboliza parte mundana que reservar-se-á
ao oblívio.
Suave mortalha que, aceita de boa vontade
Separadas são, as duas metades.
Hostil cerimônia cingida em penitências
Abstenções pontuadas por reveses
Decisões profundas apoiadas em desprezo
Culminam na Extrema Unção.
Morro, conquanto prezo
Sem desdém
A metade desta agora destinada ao limbo.
Na que me resta, espero apenas
Certeza de fruição.
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